sexta-feira, 16 de maio de 2014

Bioquímica da Nutrição: Digestão e Absorção de Macronutrientes


Olá gente, como estão? Espero que bem e beeeeem nutridos hahaha
Bem, hoje vou começar uma sessão aqui no blog, que vai ficar na TAG de Nutrição e que eu acho super bacana e interessante vocês saberem. É totalmente bioquímica e é uma delícia. Antes de começar o curso de graduação em Nutrição, sempre tinha curiosidade em saber como acontece a digestão e absorção dos nutrientes do nosso corpo? Como ocorre esse processo? Acho que algum de vocês já se perguntaram isso.
Vamos começar?

Bem, a digestão reduz os alimentos complexos a componentes que possam ser absorvidos. A digestão de carboidratos quebra os grandes carboidratos em monoglicerídeos absorvíveis. A digestão de proteínas quebra as grandes proteínas mal absorvidas em monopeptídeos, dipeptídeos e tripeptídeos. As lipases pancreáticas digerem os lipídeos em ácidos graxos livres, que são absorvidos por meio das micelas dos ácidos biliares. A capacidade absortiva não é uma etapa limitante da absorção, já que a capacidade de absorver proteínas e carboidratos excede em muito a ingestão dietética normal. Calma, vou explicar como ocorre a digestão e absorção de cada um, carboidratos, proteínas e lipídeos.

+ Carboidratos

Os carboidratos ingeridos têm tamanhos que vão desde açúcares simples até amidos complexos, mas apenas os açúcares simples podem ser absorvidos. #Como assim?
Por exemplo: Um carboidrato complexo tem esse tamanho ->  (-----------------------------), quando quebrados na sua forma mais simples, ficam desse tamanho -> (-)
O amido vegetal (amilopectina) é a principal fonte dietética de carboidratos. A amilose é digerida pelas amilases pancreáticas e, em menor extensão, pelas amilases salivares. A celulose do amido vegetal é uma fonte de fibra dietética indigerível porque os seres humanos não têm a capacidade de romper a ligação beta1,4. As amilases quebram os amidos em maltose, maltotriose, dextrinas ramificadas de limite alfa e maltoligossacarídeos. A amilase salivar é inativada pelo ácido gástrico.
A amilase pancreática, no duodeno, é essencial para a digestão de carboidratos. A digestão final dos carboidratos é feita de enzimas das células epiteliais,  borda apical em escova. A lactase (catalisa a conversão de de lactose em glicose e galactose), a sucrase (catalisa a conversão de sucrose a frutose e glicose), a alfa-dextrinase (quebra ligações alfa1,6) e a glucoamilase (catalisa a conversão de maltoligossacarídeos em glicose) digerem os carboidratos complexos a monossacarídeos.
A absorção de CHO ocorre, basicamente, no duodeno e no jejuno. Um transportador ativo (secundário), acoplado ao Na+, move a glicose e galactose através da superfície apical das células epiteliais. A difusão facilitada permite a saída dos açúcares pela superfície basal. A glicose e galactose competem pelo mesmo sítio de transportador. A frutose é transportada por carreador distinto, independente do Na+.
A má absorção e a intolerância aos CHOs resultam da incapacidade de absorver os CHOs da dieta. Isso pode ser devido à deficiência de enzimas digestivas ou de proteínas de transporte. A microflora metaboliza qualquer CHO que passe pelo cólon, produzindo gás, aumentando a motilidade e causando diarreia. O diagnóstico de má absorção é feito por um teste de tolerância oral a açúcar ou por exame histológico de células epiteliais jejunais. O tratamento envolve restrição alimentar ou ingestão suplementar de enzimas.

+ Proteínas

Os adultos precisam ingerir, pelo menos, 0,8g/kg/dia para o balanço proteico normal, e maior quantidade para crescer. A ingestão de proteína dietética varia muito entre as culturas. A ingestão não é a única fonte de proteína dietética. As proteínas, contidas nas secreções digestivas, acrescentam 20g/dia ao conteúdo proteico luminal, e células epiteliais descamadas acrescentam mais 20g/dia.
A digestão ocorre no estômago e no intestino delgado. A pesina, secretada no estômago, pode começar a digestão de proteínas, mas a pepsina não é essencial à digestão das PTNs. Proteases pancreáticas digerem a maioria das proteínas dietéticas. Outras peptidases estão localizadas na borda em escova do intestino delgado, particularmente no jejuno proximal. A digestão quebra os grandes peptídeos e proteínas em aminoácidos ou em pequenos peptídeos. A digestão final de dipeptídeos e tripeptídeos ocorre nas células epiteliais duodenais e jejunais, por peptidases citosólicas. Metade da digestão das proteínas ocorre no duodeno e metade no jejuno.
A absorção ocorre, basicamente, no duodeno e no jejuno. Grandes proteínas são poucos absorvidas. A superfície endotelial apical apresenta múltiplas classes de transportadores de L-aminoácidos, semelhantes aos encontrados no túbulo renal proximal. O transporte, acoplado ao Na+, absorve aminoácidos neutros, prolina, hidroxiprolina, fenialanina e metionina. O processo de transporte, independente do Na+, absorve os aminoácidos básicos e grande parte dos aminoácidos neutros. A má absorção e a intolerância genética afetam as proteínas de transporte intestinais e renais.

+ Lipídeos

Os triglicerídeos são o principal componente dos lipídeos dietéticos. Outros componentes incluem os esteróis, os éteres de esterol e os fosfolipídeos. Os lípideos são hidrofóbicos, se separando do restante do quimo, como fase oleosa no estômago. São emulsificados no duodeno, pelo ácidos biliares e digeridos para formar micelas com os ácidos biliares. As micelas permitem a absorção de ácidos graxos livres, na borda intestinal em escova.
A digestão ocorre, basicamente, no intestino delgado. A digestão por lipase gástrica hidrossolúvel é pequena, já que a elevada acidez gástrica promove a separação das fases. Os lipídeos são o último componente da refeição a entrar no intestino delgado. O esvaziamento gástrico é inibido por gordura no duodeno, restringindo a entrada de lipídeos a uma quantidade que possa ser processada para a absorção.
O duodeno e jejuno formam o principal local de digestão dos lipídeos. A lipase pancreática, secretada no duodeno, digere triglicerídeos, é inativada pelos sais biliares, e essa inativação é bloqueada pela colipase. Uma quantidade limitada de colesterol esterase atua sobre diversos substratos. A ação da fosfolipase A2 gera ácidos graxos livres e lisofosfatídeos. Os ácidos biliares e a lecitina emulsificam as gorduras, aumentando a área da superfície das micelas, disponível para a absorção.
As micelas são essenciais para aumentar a área de contato para a absorção, no duodeno e no jejuno. A difusão, através da camada aquosa não misturada, na borda em escova, limita a intensidade de absorção das micelas. Consequentemente, os transportadores da membrana celular ajudam na reabsorção do colesterol livre. Os lipídeos se acumulam no retículo endoplasmático liso, onde são ressintetizados em triglicerídeos, fosfolipídeos e ésteres de colesterol e embalados nos quilomícrons, junto com a beta-lipoproteína da célula epitelial. Os quilomícrons são expelidos da célula por exocitose. Depois de entrar nos lácteos, os quilomícrons cursam pelos linfáticos, para entrar na circulação venosa, pelo ducto torácico. Essa via de absorção passa ao longo do fígado e da circulação porta.
A disabsorção de lipídeos está ligada ao comprometimento da digestão ou da absorção. A deficiência total de bile reduz a absorção de ácidos graxos em 50% e prejudica a absorção de outros lipídeos. O comprometimento da absorção pode resultar,ainda, em lesão das células epiteliais, em função de atrofia mucosa intestinal, espru tropical ou enteropatia induzida por glúten.

Ufa! Isso gente, é apenas um resumo de tudo que acontece dentro do nosso organismo. Espero que tenham compreendido e de alguma forma que eu tenha ajudado vocês.
Nutribeijos!

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