terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Síndrome do Intestino Irritável



A Síndrome do Intestino Irritável (SII) afeta 10 a 20% da população mundial. Ocorre geralmente antes dos 35 anos e sua prevalência é maior entre as mulheres. Com tamanha freqüência e desconforto que causa às pessoas acometidas, a SII pode ficar sem diagnóstico durante muito tempo, uma vez que nenhum exame geral ou específico é capaz de comprovar a existência de um processo patológico de tamanha magnitude. Assim, o diagnóstico só pode ser feito com base na descrição dos sintomas pelo paciente, além da necessidade de descartar outras doenças intestinais.

As queixas intestinais são mesmo muito comuns. As pessoas se incomodam muito com o ritmo dos seus intestinos e na maioria das vezes, sem muita razão de ser. São pessoas que querem um ritmo intestinal diário, porque pensam que intestino normal é aquele que funciona todos os dias e no horário que elas estipulam. Acontece que o nosso ritmo intestinal é autônomo e independe da nossa vontade. Somos nós que devemos obedecer ao impulso quando ele vem, independente de estarmos em casa ou fora dela. Dessa forma, muitas vezes pensamos que temos uma doença intestinal ou um intestino "preguiçoso" ou muito ativo. Na verdade, o que temos mesmo é uma grande irregularidade em nossas refeições e, por conta disso, idas ao banheiro também irregulares.

Realmente, a maioria dos casos de queixas intestinais são mesmo decorrentes do stress e do estilo de vida das pessoas, de suas dietas pobres em fibras e água, de seu sedentarismo, do consumo de alimentos gordurosos e até de intoxicação alimentar. Entretanto, as queixas de prisão de ventre e diarréia passam a ter grande importância quando esses sintomas são repetitivos e duradouros, mas principalmente quando se associam à distensão e dor abdominal. Nesse momento passamos a entender que pode existir sim uma doença real e de difícil diagnóstico, responsável por tantas queixas intestinais e que merece um estudo mais detalhado.

São usados suplementos de fibras, alguns tipos de laxantes, antidiarréicos, antibióticos, antiespasmódicos e até antidepressivos. Uma classe nova de medicamentos foi introduzida no mercado e parece ser eficaz nos sintomas da SII, mas com a possibilidade de efeitos colaterais importantes, essas novas drogas tem recebido das agências reguladoras uma estreita fiscalização. Tratamentos alternativos também são utilizados sem muita evidência científica, mas com alguns resultados que confirmam a utilidade dos mesmos como a prática de yoga e acumpultura e o consumo de gengibre e probióticos.

O papel da dieta nos pacientes com SII é fundamental na manutenção do estado nutricional dos mesmos. Apesar de não se configurar um quadro clássico de intolerância à lactose, esses pacientes sempre melhoram com a suspensão do leite e derivados. Além disso, a redução do consumo do açúcar e moderação dos carboidratos em geral podem aliviar os sintomas de flatulência e distensão abdominal tão comuns devido à maior fermentação desses nutrientes. Muitos pacientes costumam relacionar seus sintomas com certos alimentos e suspendem, sem muito critério, esses componentes da dieta. Essa prática não deve ser encorajada, mas intolerâncias individuais devem ser respeitadas, independentemente da existência de evidências dos prejuízos reais por parte desses alimentos.

Nutribeijos!

Fonte: 01

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